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sábado, 19 de maio de 2018

V - Freguesia de Enseada de Brito. 91sc0680.

681. Igreja. Inicialmente recebeu Enseada de Brito uma igrejinha de pau a pique, executada conforme o plano do governador Manuel Escudeiro, por falta de quem soubesse construir melhor (Carta de 4-3-1751).
No fim do século, o Visitador Apostólico, em seu Relatório, diz que a igreja estava vindo abaixo (vd 682). Depois o governo construirá Igreja Matriz, que ainda hoje se conserva.

682. Freguesia. Afirmou-se que já era freguesia em 8 de julho de 1751. Diferem entretanto as datas fornecidas pelos Visitadores Apostólicos.
Notícia de 1765 diz apenas o seguinte, usando todavia a expressão freguesia:
"Correndo a costa para o sul está a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, chamada de Enseada de Brito e que fica 4 léguas de distância da Vila [de Nossa Senhora do Desterro] " (Notícia de 1765).
Diz em seu Relatório o Visitador apostólico Pe. Bento Cortes de Toledo, nomeado em 5 de novembro de 1798:
"Ereta em 1675, com 208 fogos, com 1021 almas de confissão e comunhão. Esta Igreja só tem a Irmandade do Santíssimo sem compromisso. Tem a capela de Armação de Garopaba de invocação de São Joaquim distante de 4 léguas. Esta Igreja é a mais pobre que há na Comarca, não tem paramentos e a mesma Igreja está vindo abaixo" (Arquivo da Arquidiocese do RJ).
 
Ao se ocupar dos vigários das freguesias, continua a Notícia de 1765 laconicamente: "O [vigário] da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, da Enseada de Brito, ignoro quem seja".
" Vigararia ereta por Ordem Régia no ano de 1750" dirá o Visitador José Mendes dos Reis, em relatório de 1811..
No decorrer da ocupação espanhola de 1777 (vd ), em meio aos tumultos ocorridos, ficaram prejudicados os livros paroquiais. Recorreu-se ao bispo do Rio de Janeiro para efeito de se reordenar a escrita. Ao mesmo tempo ficou clara a pobreza desta freguesia. Lê-se em um ordem episcopal de 16 de janeiro de 1782:
"Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco, por Misericórdia Divina Bispo do Rio de Janeiro do Consôo. De Sua Majestade Fidelíssima.
Desejando atender à justa representação dos moradores da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Enseada de Brito, Comarca da Ilha de Santa Catarina, que nos propuseram o detrimento, que experimentarão na falta de Livros de Fábrica, em que se façam os assentos dos batizados e obtidos da mesma Freguesia, por se haver desencaminhado com a invasão dos Castelhanos do ano de 1777, e indiscretamente dilacerado e queimado pelos invasores o Livro,
que servia para os mesmos assentos que de então para cá apenas se fazem memórias de assentos tão importantes em Cadernos avulsos, por não ter recursos suficientes a mesma Fábrica, nem ainda o mesmo Reverendo Pároco da Freguesia. E outrossim achar-se quase findo e dilacerado o Livro, que serve atualmente, na mesma Freguesia, para se lançarem os termos e assentos dos casamentos, e que tudo para o futuro pode ser prejuízo considerável para os paroquianos,
que por serem poucos, pobre e miseráveis não se consideram em estado de concorrer com a despesa necessária para a feitura dos mesmos livros: houvemos por bem mandar formar pelo N. R. Tesoureiro das Obras pias quatro Livros, que depois de rubricados serão remetidos com esta Nossa Portaria..." (Livro 3-o de Portarias e Ordens Episcopais, anos 1779-1830, fls. 56-57).
No Livro de visita, do Visitador apostólico Pe. Agostinho José Mendes dos Reis, de quando foi nomeado segunda vez, em em 9 de novembro de 1811, se informa sobre a freguesia de Enseada de Brito:
    " Vigararia ereta por Ordem Régia no ano de 1750.
    Tem duzentos e cincoenta fogos, com mil e duzentas e vinte almas de Sacramento.
    Tem a irmandade do Santíssimo Sacramento, e padroeira anexa, com Autoridade Régia e Compromisso confirmado por S. A. R."
Em 1815, quando o bispo visitante em suas anotações sempre se refere ao nome do vigário, não o faz em relação à Enseada de Brito, de certo vacante, limitando-se, neste passo, a dizer:
"Nossa Senhora do Rosário da Enseada de Brito, com 1432 almas".
 Paulo José Miguel de Brito:
"Enseada de Brito; povoação pequena situada na terra firme à beira-mar sobre a costa que borda a sobredita enseada, fronteira à ponta de Caiacanga-assú, na ilha, e quase leste-oeste com  a mesma ponta. A Igreja é pequena e antiga, dedicada a N. Sra. do Rosário, e tem um vigário" (Memória política de SC, P.2, art.2).

https://web.archive.org/web/20001121051000/http://www.cfh.ufsc.br:80/~simpozio/EncReg/EncSC/MegaHSC/SCcolonial/91sc0598.htm#91sc0680
  

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